segunda-feira, 16 de julho de 2012

Genética do rebanho bovino paraibano está entre as melhores do país


A genética bovina da Paraíba está entre as melhores do país e isso se deve aos investimentos do Governo do Estado, por meio da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa-PB), que desenvolve pesquisas de ponta, realiza a propagação dessa genética e promove ações de ajuda a pequenos produtores. Neste momento, está prestes a receber os animais frutos de um convênio que visa manter essa qualidade e reproduzir as melhores raças de bovinos com uso da técnica de fertilização in vitro.

Fertilização in vitro (FIV) é uma biotecnologia onde todos os processos: maturação folicular, fertilização e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório, fora do útero animal, ao contrário da clássica Transferência de embriões (TE). Essa técnica foi possível graças a um convênio entre a Emepa e uma empresa particular de Minas Gerais, ligada à Universidade de Uberaba (Uniube).

“Com a técnica de fertilização in vitro, o Governo do Estado, por meio da Emepa, está reproduzindo seus animais e promovendo melhoramento genético de forma acelerada. Consequentemente vai beneficiar, de forma direta e indireta, os rebanhos da Paraíba, que vão ganhar quantitativa e qualitativamente com esse convênio”, avalia o diretor presidente da Emepa, Manoel Antonio de Almeida.

O diretor técnico da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa, explica que o convênio não teve nenhum custo financeiro para o órgão paraibano, tendo sido acordado a partilha em 50% dos bezerros nascidos para cada uma das empresas. A maioria dos animais já nasceu. Em breve, deverão estar todos em terras paraibanas. Por escolha da Emepa e por um privilégio da técnica – que permite a escolha do sexo do animal – a empresa paraibana irá receber 90% das fêmeas da parte que cabe na partilha. “Optamos pela fêmea pela capacidade de reprodução das mesmas. Elas terão a capacidade de gerar mais animais da mesma genética, enquanto que nem todo macho é um reprodutor”, explica Wandrick.

O diretor esclarece que os principais motivos do convênio foram: aproveitar a genética das vacas que estavam em fim de vida útil reprodutiva e a pureza genética; acelerar o processo de reprodução de animais geneticamente melhorados, e, através da técnica FIV, controlar a produção de macho e fêmea. As raças reproduzidas – que estão entre as melhores do país – foram Gir, Guzerá e Sindi. Estes são zebuínos de aptidão mista, porém melhorados para a produção leiteira.

Da mesma forma que a caprinovinocultura paraibana é desenvolvida na Estação Experimental de Soledade, a bovinocultura do Estado está nas estações experimentais das cidades Alagoinha e Umbuzeiro. “Os bovinos da Emepa carregam em seu nome a Estação Experimental de onde provêm. E isso conta como grande diferencial para outros Estados”, comenta o pesquisador Daniel Benitez, que iniciou o processo de construção desse convênio.

Técnica de Fertilização in vitro - A produção de embriões FIV começa com a aspiração dos ovários das doadoras para coleta de ócitos (óvulos imaturos). A coleta pode ser feita em animais de diferentes idades: pré-púberes, púberes, adultos e senis; e em condições reprodutivas tais como: animais com problemas reprodutivos, doadoras que não respondem aos processos normais de superovulação, animais gestantes. Doadoras de alto valor zootécnico poderão ter os ovários coletados para FIV em uma última tentativa de conseguir embriões e prenhez, imediatamente após a sua morte.

A técnica foi utilizada pela Emepa porque as vacas que possuíam grande potencial genético estavam em fim de idade reprodutiva. As vantagens incluem o aumento do número de descendentes de uma fêmea; produção de embriões de fêmeas que não respondem à transferência de embriões; uso de bezerras para a produção de embriões; produção de embriões de vacas com patologias adquiridas; produção de embriões de vacas com gestação de até quatro meses; otimizar o uso de doses de sêmen de elevado valor genético e comercial.

A expectativa de vida do gado varia entre 14 e 18 anos, e a idade reprodutiva da fêmea é de quatro até aproximadamente 15 anos. “Esse processo está permitindo resgatar a genética de alguns animais já com muitos anos de idade. Animais de uma genética que praticamente não existe mais no país e que foi a base da Emepa e de todas essas raças. Esses animais já se encontravam com idade avançada, entre 16 e 18 anos, e que pelo processo natural muito dificilmente gerariam novos bezerros. Pelo processo de biotecnologia, está sendo possível, se não todas, pelo menos a maioria delas, gerar descendentes”, explica Daniel Benitez.

Dos 36 animais utilizados, apenas seis não responderam, porém, os outros responderam tão bem que não houve problemas.


http://www.paraiba.pb.gov.br

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