quinta-feira, 19 de julho de 2012

Caprinovinocultura dá sustentabilidade a 600 produtores rurais no Cariri

Mesmo com problemas sérios como a estiagem, atividade sustenta 31 municípios do território com corte de carne e ordenha de leite de cabra, a maior do Brasil

Há 12 anos, a microrregião do Cariri paraibano organizou 20 associações que geram renda para 600 pequenos produtores rurais. Eles fornecem cerca de 500 mil litros de leite de cabra por mês somente para o Programa do Leite, segundo o IBGE. Com isso, a caprinovinocultura continua forte, mesmo com problemas. Para apresentar este cenário e a reeducação ao consumo do produto, a cidade de Gurjão realizará a 12ª Expofeira de Caprinos e Ovinos - Bode na Rua, no período de 20 a 22 de julho.

A maior produção de leite de cabra do Brasil se concentra no Cariri e, de acordo com o IBGE, fica à frente do Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco. O leite é beneficiado em São Sebastião do Umbuzeiro, Zabelê, Monteiro, Prata, Amparo, Sumé, Gurjão e Cabaceiras. Essas oito Unidades de Beneficiamento de Leite (UBLs) distribuem para 31 municípios do território. O leite beneficiado, pasteurizado e envasado, beneficia aproximadamente três mil famílias carentes.

O projeto é apoiado pelo Sebrae Paraíba e outras instituições que trabalham pela evolução dos agricultores familiares, como a Fundação Banco do Brasil e o BNDES. Desenvolvem ainda ações de fortalecimento da cadeia da caprinovinocultura no território, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em Patos, Embrapa Caprinos, Parque Tecnológico, além de várias ONGs.

Conforme o analista técnico do Sebrae em Monteiro e gestor do projeto Aprisco, João Jardelino Neto, atualmente, 80% dos pequenos produtores rurais produzem até 20 litros de leite de cabra/dia. “Isso gera uma renda bruta mensal de R$ 750,00 para cada família, já que o perfil destes produtores são todos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)”, disse.

Da Redação (com assessoria)
WSCOM Online

quarta-feira, 18 de julho de 2012

MDS libera pagamento dos produtores do Programa do Leite referente a abril e maio


O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) liberou nesta terça-feira (17) o pagamento dos recursos do Programa do Leite da Paraíba aos produtores e cooperativas que tiverem fornecido o produto até o dia 17 de maio. Com a liberação, serão pagos mais de R$ 1 milhão para 2.143 produtores regularizados.

O pagamento do programa estava suspenso desde o dia 17 de maio, após denúncias de irregularidades, e desde então o governo vem tomando todas as providências necessárias para a retomada do pagamento aos fornecedores do leite que atuam de forma legal. De acordo com a Fundação de Ação Comunitária (FAC), a previsão é que a retomada dos pagamentos pendentes do programa aconteça na próxima sexta-feira (20).

Em ofício encaminhado ao governador Ricardo Coutinho, a secretária do MDS, Maya Takagi, autoriza o pagamento dos recursos do convênio aos agricultores familiares que possuírem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) e a DAP com a produção leiteira e que o produto tenha sido entregue até o dia 17 de maio.

A resposta atende a uma solicitação do Governo do Estado ao Ministério do Desenvolvimento Social. Em documento enviado ao MDS, foram esclarecidas as supostas irregularidades envolvendo as DAP de agricultores participantes do programa e solicitada a autorização para o pagamento dos fornecedores e das cooperativas.

O secretário de Agricultura do Estado, Marenilson Batista, informou que o Estado atendeu a determinação do Governo Federal e enviou plano de reestruturação do programa do leite. No documento constam, entre outros aspectos, como serão organizados os pontos de distribuição, manual de práticas de produção e de qualidade do leite e estabelecidas as regras e rotina de fiscalização do programa.

De acordo com Marenilson, o plano de reestruturação é condição essencial para que o Governo Federal garanta a manutenção e normalização do programa que beneficia quase 3 mil produtores de leite bovino e caprino nos municípios paraibanos.  “Este plano irá possibilitar a melhoria do funcionamento do programa, bem como a possibilidade da liberação de mais recursos federais para a ampliação e a qualidade do programa, que é essencial para os produtores e o desenvolvimento da cadeia leiteira do Estado’, afirmou o secretário.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Genética do rebanho bovino paraibano está entre as melhores do país


A genética bovina da Paraíba está entre as melhores do país e isso se deve aos investimentos do Governo do Estado, por meio da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa-PB), que desenvolve pesquisas de ponta, realiza a propagação dessa genética e promove ações de ajuda a pequenos produtores. Neste momento, está prestes a receber os animais frutos de um convênio que visa manter essa qualidade e reproduzir as melhores raças de bovinos com uso da técnica de fertilização in vitro.

Fertilização in vitro (FIV) é uma biotecnologia onde todos os processos: maturação folicular, fertilização e desenvolvimento embrionário são obtidos em laboratório, fora do útero animal, ao contrário da clássica Transferência de embriões (TE). Essa técnica foi possível graças a um convênio entre a Emepa e uma empresa particular de Minas Gerais, ligada à Universidade de Uberaba (Uniube).

“Com a técnica de fertilização in vitro, o Governo do Estado, por meio da Emepa, está reproduzindo seus animais e promovendo melhoramento genético de forma acelerada. Consequentemente vai beneficiar, de forma direta e indireta, os rebanhos da Paraíba, que vão ganhar quantitativa e qualitativamente com esse convênio”, avalia o diretor presidente da Emepa, Manoel Antonio de Almeida.

O diretor técnico da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa, explica que o convênio não teve nenhum custo financeiro para o órgão paraibano, tendo sido acordado a partilha em 50% dos bezerros nascidos para cada uma das empresas. A maioria dos animais já nasceu. Em breve, deverão estar todos em terras paraibanas. Por escolha da Emepa e por um privilégio da técnica – que permite a escolha do sexo do animal – a empresa paraibana irá receber 90% das fêmeas da parte que cabe na partilha. “Optamos pela fêmea pela capacidade de reprodução das mesmas. Elas terão a capacidade de gerar mais animais da mesma genética, enquanto que nem todo macho é um reprodutor”, explica Wandrick.

O diretor esclarece que os principais motivos do convênio foram: aproveitar a genética das vacas que estavam em fim de vida útil reprodutiva e a pureza genética; acelerar o processo de reprodução de animais geneticamente melhorados, e, através da técnica FIV, controlar a produção de macho e fêmea. As raças reproduzidas – que estão entre as melhores do país – foram Gir, Guzerá e Sindi. Estes são zebuínos de aptidão mista, porém melhorados para a produção leiteira.

Da mesma forma que a caprinovinocultura paraibana é desenvolvida na Estação Experimental de Soledade, a bovinocultura do Estado está nas estações experimentais das cidades Alagoinha e Umbuzeiro. “Os bovinos da Emepa carregam em seu nome a Estação Experimental de onde provêm. E isso conta como grande diferencial para outros Estados”, comenta o pesquisador Daniel Benitez, que iniciou o processo de construção desse convênio.

Técnica de Fertilização in vitro - A produção de embriões FIV começa com a aspiração dos ovários das doadoras para coleta de ócitos (óvulos imaturos). A coleta pode ser feita em animais de diferentes idades: pré-púberes, púberes, adultos e senis; e em condições reprodutivas tais como: animais com problemas reprodutivos, doadoras que não respondem aos processos normais de superovulação, animais gestantes. Doadoras de alto valor zootécnico poderão ter os ovários coletados para FIV em uma última tentativa de conseguir embriões e prenhez, imediatamente após a sua morte.

A técnica foi utilizada pela Emepa porque as vacas que possuíam grande potencial genético estavam em fim de idade reprodutiva. As vantagens incluem o aumento do número de descendentes de uma fêmea; produção de embriões de fêmeas que não respondem à transferência de embriões; uso de bezerras para a produção de embriões; produção de embriões de vacas com patologias adquiridas; produção de embriões de vacas com gestação de até quatro meses; otimizar o uso de doses de sêmen de elevado valor genético e comercial.

A expectativa de vida do gado varia entre 14 e 18 anos, e a idade reprodutiva da fêmea é de quatro até aproximadamente 15 anos. “Esse processo está permitindo resgatar a genética de alguns animais já com muitos anos de idade. Animais de uma genética que praticamente não existe mais no país e que foi a base da Emepa e de todas essas raças. Esses animais já se encontravam com idade avançada, entre 16 e 18 anos, e que pelo processo natural muito dificilmente gerariam novos bezerros. Pelo processo de biotecnologia, está sendo possível, se não todas, pelo menos a maioria delas, gerar descendentes”, explica Daniel Benitez.

Dos 36 animais utilizados, apenas seis não responderam, porém, os outros responderam tão bem que não houve problemas.


http://www.paraiba.pb.gov.br

sábado, 7 de julho de 2012

Nascem primeiros ovinos e caprinos de alto padrão genético de embriões importados pela Emepa


A transferência de embriões de ovinos e caprinos importados da África do Sul, promovida pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), em fevereiro deste ano, resultou, até o momento, no nascimento de 116 animais de alto padrão genético. O objetivo desse trabalho, realizado na Estação Experimental de Pendência, no município de Soledade, é repassar aos produtores rurais da agricultura familiar essa nova genética que pode melhorar o índice de produtividade e aumentar a renda.

Segundo Wandrick Hauss de Sousa, diretor técnico e pesquisador da Emepa, o Projeto de Transferência de Embriões visa renovar a genética dos rebanhos da empresa de pesquisa e, posteriormente, multiplicar esses animais com padrões genéticos superiores e distribuí-los nos rebanhos dos produtores.

Esta ação de distribuição de animais com maior potencial genético, somado a ações de qualificação nutricional e sanitária, possibilitará que os produtores da base familiar aumentem seus ganhos e melhorem sua qualidade de vida e segurança alimentar. Com a qualificação dos rebanhos de caprinos leiteiros será beneficiado o Programa do Leite na Paraíba.

O projeto – Foram importados da África do Sul 910 embriões ovinos e caprinos com alta carga genética, utilizando recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep). Em fevereiro, foi transferida parte desses embriões para mães de aluguel.

Entre os dias 25 e 30 de junho, foi realizada uma missão técnica do doutor Antonio López Sebastiáns, professor titular do Departamento de Reprodução Animal do Instituto Nacional de Pesquisa e Tecnologia Agrária y Alimentar (Inia) de Madrid, que executou a segunda etapa do trabalho de transferência de embriões e deu capacitação a pesquisadores que coordenam as atividades de reprodução animal na Emepa.
Na primeira etapa, profissionais da África do Sul implantaram embriões de caprinos das raças Boer, Savanna, British Alpine e Saanen e de ovinos das raças Dorper e Dámara. As receptoras foram fêmeas dos rebanhos da Emepa e outras adquiridas especificamente para esses fins.

Também em fevereiro passado uma nova missão técnica de pesquisadores à África do Sul teve como objetivo selecionar doadores para uma próxima importação de embriões, que serão adquiridos com recursos federais do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do Governo do Estado.

A terceira e última etapa da fase 1 desse projeto será realizada na última semana de novembro próximo com a implantação de mais 280 embriões.

Buchada sem linha – As pesquisas da Emepa e parceiros são inúmeras. Os conhecimentos obtidos na área da caprinovinocultura possibilitam excelentes resultados até para a indústria. Os resultados das pesquisas são transferidos sem custos para empresas e para a população em feiras e exposições. Uma dessas experiências é o preparo da buchada sem linha: “No lugar do fio, que muitos não gostam e atrapalha a degustação, utilizamos a própria tripa do animal”, explica Wandrick.

http://www.paraiba.pb.gov.br